ECONOMIA CIRCULAR DA BORRA DE CAFÉ: EXEMPLO DE APLICAÇÃO EM PEÇAS CERÂMICAS

Resumo

A cadeia produtiva do café está inserida em um modelo industrial-extrativista, também conhecido como economia linear, atualmente contraposta pela economia circular, que incentiva a permanência de produtos e insumos por mais tempo na cadeia produtiva. O consumo do café teve seu início no Iêmen e na Etiópia, chegando ao Brasil no século XVIII. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias do Café, o consumo da bebida pode chegar a 1,2 milhões de toneladas até 2021. Entre os resíduos produzidos no ciclo de café, destaca-se a borra, usada principalmente como insumo na compostagem. Entretanto, considerando-se os princípios da Economia Circular propostos pela Fundação Ellen Macarthur (2017), pode-se aplicar a borra a diferentes usos, conforme aparece na literatura científica, agregando-se valor econômico ao resíduo. Portanto, este trabalho teve como objetivo utilizar a borra de café como insumo na decoração de peças cerâmicas. Para isso, foi realizado ensaio de teor de umidade da borra e a utilização desse resíduo como insumo decorativo, com resina epóxi, em peças cerâmicas produzidas pelo método da colagem de barbotina. Com teores aproximados de 57% de umidade na borra coletada, pôde-se estimar quanto Curitiba, capital nacional dos cafés especiais, gastaria com o descarte desse material. No entanto, o teste com a decoração demonstrou quanto material poderia ser incorporado na produção das peças cerâmicas.  Dessa forma, conclui-se que a reinserção da borra como insumo para a decoração de peças cerâmicas pode ser uma alternativa adicional viável para a aplicação dos princípios de economia circular na cadeia produtiva do café.