Justiça ambiental no Distrito Federal: uma análise socioeconômica da gestão dos resíduos sólidos

Autores

  • Tahinah Albuquerque Martins
  • Mariana Rabello
  • Rosa Reis

Palavras-chave:

Justiça ambiental; resíduos; classes socioeconômicas.

Resumo

O Brasil é um país caracterizado por injustiças sociais e desigualdades, o que se reflete em sua capital. A justiça ambiental estuda como superar as desigualdades e os riscos impostos a grupos socialmente e economicamente mais vulneráveis. Neste artigo, observamos as desigualdades de volume de coleta e riscos na produção de resíduos nas diferentes Regiões Administrativas do Distrito Federal (RAs) e correlacionamos com a classificação socioeconômica dos bairros. O objetivo é identificar a existência (ou não) de conexão entre a quantidade de geração de resíduos sólidos com a classificação socioeconômica das RAs e se há situação de injustiça ambiental na capital. A metodologia analítica foi desenvolvida a partir de documentos e relatórios publicados sobre resíduos sólidos e classificação socioeconômica no Distrito Federal. Para o quantitativo do recolhimento de resíduos por Região Administrativa, a base de dados foi o Anuário Estatístico do Distrito Federal da CODEPLAN (2019a). Já para o agrupamento socioeconômicos das RA, a base da dados foi a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (2019b). Ao final, identificamos uma relação onde bairros de alta-renda, consideravelmente menos populosos, produzem mais resíduos por habitante que os demais bairros mais populosos e com menor renda per capita. Concluímos pela caracterização da injustiça ambiental no DF a partir das desigualdades da distribuição de renda domiciliar, sobretudo entre os Grupos 1 (alta renda) e 4 (baixa renda), que se reflete também na elevada concentração de poder e de exposição a riscos ambientais, que afetam principalmente a população mais vulnerável.

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Publicado

09-03-2022